20.5.10

São Tomás de Aquino

Enquanto Santo Agostinho recupera o pensamento Platonico, São Tomás de Aquino recupera o Aristotélico. E este foi o seu maior mérito, a síntese do cristianismo com a visão Aristotélica do mundo.

Para o filosofo não podia existir contradição entre fé e razão, alem disso, afirmava também que toda criação é boa, tudo o que existe é bom por participar do ser de Deus, o mal não teria sido criado por Deus, mas teria surgido em decorrência do livre-arbítrio humano (ausência do bem).

O pensamento de São Tomás de Aquino se dá através de comparações, para afirmar se algo é mais ou menos bom é preciso ter algo como parâmetro comparativo e esse algo, para ele, é Deus, a perfeição.

Sobre Santo Agostinho

Agostinho foi uma figura importante no desenvolvimento do cristianismo no Ocidente. Ele é autor de obras de diferentes géneros como sermões, tratados filosóficos, comentários de escritos da Bíblia, entre outros.

Santo Agostinho defendia uma maior subordinação à fé pois acreditava que esta restauraria a condição decaída da razão humana o que não quer dizer que o filósofo não reconhecia a importância do conhecimento (razão).

Agostinho foi importante pois recuperou filósofos do pensamento grego proporcionando a entrada desses pensamentos na tradição cristã e mais tarde na tradição intelectual europeia.

Santo Agostinho adaptou as ideias de Platão à fé católica e usou-as em suas pregações. Por exemplo, a sua concepção de mal é que o mal não é um ser, mas sim a ausência de um outro ser, o bem. Acreditava nisso pois considerava inconcebível que um ser tão bom como Deus possa ser o criado do mal.

12.5.10

Análises

Vestido tubinho de Yves Saint Laurent baseado na obra "Red, Yellow and Blue" de Piet Mondian. YSL adaptou as estampas abstracionistas ao vestido como homenagem ao pintor em 65:



Sob a ótica de Platão:

O post "Sobre Platão" expõe as idéias do filósofo quanto a beleza, mas farei neste artigo uma breve explicação.
Para Platão, qualquer coisa corpórea é mera imitação dos modelos ideais que habitam o mundo das essências e por isso é impossível que atinja a beleza absoluta. Contudo isso não impede que a beleza do vestido escolhido, por exemplo, seja percebida pelo homem já que tudo que junta o bem, a beleza e a verdade pode ser considerado belo. Então, se um ser ou objeto não tiver um destes itens deixa de ser belo.
Sabendo disso podemos dizer que tudo que é clássico é belo. Vou explicar melhor, para um objeto de moda alcançar a denominação de "clássico" quer dizer que há beleza, bem e verdade, pois ja sabemos que tendemos a achar feio as coisas que não são boas ou que não tem verdade. Considerando apenas as formas, a obra de Yves Saint Laurent é um clássico (alia conforto, estudo do corpo e da geometria), sendo assim, podemos dizer que é uma peça bonita sob a ótica de Platão.

Por outro lado, se analisarmos somente a estampa do vestido não podemos afirmar o mesmo por dois motivos:
1. é uma estampa abstrata
2. é a cópia (o vestido) da cópia (o quadro) da cópia (o mundo ideal)
Sendo assim, ao analisarmos a estampa do clássico vestido de Yves Saint Laurent chegamos a conclusão de que, sob a ótica de Platão não é belo.

Sob a ótica de Aristóteles:

Segundo o pensamento Aristotélico, Yves Saint Laurent passou por experiências sensoriais ao ver o quadro de Mondrian e isso gerou sua interpretação estética e emocional das características do quadro criado pelo artista. Através disso, o estilista pode desenvolver uma peça que passa essas mesmas sensações ao público através das cores, formas, proporções, entre outros elementos.

Sobre Aristóteles:


Breve Biografia:

Nasceu em Estagira, na península macedônica da Calcídica. Filho de Nicômano, amigo e médico pessoal do rei Amintas 2o, pai de Filipe e avô de Alexandre, o Grande.

Aos 16 ou 17 anos, mudou-se para Atenas, então o centro intelectual e artístico da Grécia, e estudou na Academia de Platão, na qual permanecerá por 20 anos, inicialmente como discípulo, depois como professor até a morte do mestre, no ano 347 a.C.

Casou-se duas vezes, com Pítias e após seu falecimento, com Hérpilis, da qual nascerá Nicômaco, a quem dedicará posteriormente

o livro Ética a Nicômaco.

Em 343 ou 342 a.C, foi chamado para a corte do rei Felipe II, em Pela, como educador de seu filho Alexandre (356-323 a.C.). Em 335 a.C, voltou para Atenas, com Teofrasto, outro homem notável pelo saber.

Auxiliado sempre por Alexandre que o prestigiava

, fundou o Liceu, no ginásio do templo de Apolo Liceu. A escola se tornaria a rival e ao mesmo tempo a verdadeira herdeira da Academia platônica.

Oculto em uma sua propriedade em Cálcis, de Eub

ea, morreu aos 62 anos. Seu Liceu teve continuidade, assim como a Academia de Platão.

Principais Trabalhos:

-Ética a Nicômano

-Política

-Órganon

-Retórica

-A poética clássica

-Metafísica

-De anima (Da alma)

-O homem de gênio e a melancolia

-Magna Moralia (Grande Moral)

-Ética a Eudemo

-Física

-Sobre o Céu

Em sua obra completa podemos encontrar:

-Escritos lógicos: cujo conjunto foi denominado Órganon. O nome, entretanto, corresponde muito bem à intenção do autor, que considerava a lógica instrumento da ciência.

-Escritos sobre a física: abrangendo a hodierna cosmologia e a antropologia, e pertencentes à filosofia teorética, juntamente com a metafísica.

-Escritos morais e políticos: a Ética a Nicômaco, é dedicada

; a Ética a Eudemo, inacabada, refazimento da ética de Aristóteles, devido a Eudemo; a Grande Ética.

-Escritos retóricos e poéticos: a Retórica, a Poética.

As obras de Aristóteles - as doutrinas que nos restam - manifestam um grande rigor científico, sem enfeites míticos ou poéticos, exposição e expressão breve e aguda, clara e ordenada, perfeição maravilhosa da terminologia filosófica, de que foi ele o criador.

Pensamento Aristotélico:

Aluno de Platão, Aristóteles discordava de uma parte fundamental do pensamento filosófico de seu mestre . Enquanto Platão concebia dois mundos existentes: aquele que é apreendido por nossos sentidos, o mundo concreto, em constante mutação; e outro mundo, abstrato, o das idéias, acessível somente pelo intelecto, imutável e independente do tempo e do espaço material, Aristóteles, ao contrário, defende a existência de um único mundo: este em que vivemos. O que está além de nossa experiência sensível não pode ser nada para nós. Aristótel

es é considerado o criador do pensamento lógico (ou “pai” do pensamento realista ocidental). O filósofo também valorizava a inteligência humana, como a única forma de alcançar a verdade.

O que é o belo?

-O belo independe de sua relação com uma Beleza Essencial;

-A beleza, para Aristóteles, vem sempre acompanhada de uma escala comparativa;

-A beleza é uma propriedade do objeto;

-Rompe, portanto, com a idéia de Beleza Transcendental de Platão, seguindo uma linha de pensamento sensorial.

Onde o belo se encontra:

-Para Aristóteles o Belo se encontra naquilo que possui imponência e grandeza;

-É importante, porém, observar a proporção e a medida nesta grandeza.

-Ao contrário de Platão, Aristóteles acredita que a nature

za também pode ser caracterizada como bela.

-Podemos encontrar o belo naquilo que temos a possibilidade de experimentar de uma forma sensorial.

O que caracteriza o belo?

-Para este filósofo, o Belo tem como características essenciais a ordem, a harmonia e a grandeza.

-“Harmonia das Partes”: o combate aos resquícios do caos se refletem na presença de uma busca pelo equilíbrio da beleza.

-Aristóteles acredita que, se os sentidos “dizem” que algo é belo vamos, a partir daí, justificar o belo.

Análise de um objeto de moda:

Salinas - Verão 2010

O universo explorado pelo cineasta Pedro Almodóvar e suas personagens foram o tema abordado por Jaqueline de Biase na coleção em questão.

Para que into fosse possível, segundo Aristóteles, a estilista passou, primeiramente, por experiências sensoriais ao assistir aos filmes de Almodóvar que geraram sua interpretação estética e sua idéia emocional do que seriam as características do universo e das personagens criados pelo cineasta.

A partir disto, a estilista pode desenvolver peças que transmitem ao público estas sensações, através de formas, cores, dentre outros elementos.


7.5.10

Sobre Platão:


Breve Biografia:

Foi um filósofo grego que nasceu em Atenas, provavelmente em 427 a.C. e morreu em 347 a.C.

É considerado um dos principais pe

nsadores gregos, pois influenciou profundamente a filosofia ocidental. Suas idéias baseiam-se na diferenciação do mundo entre as coisas sensíveis e as coisas visíveis.

Filho de uma família de aristocratas, começou seus trabalhos filosóficos e inicialmente entusiasmou-se com a filosofia de Crát

ilo, um seguidor de Heráclito, mas após estabelecer contato com outro importante pensador grego: Sócrates, tornou-se seu seguidor e discípulo.

Em 387 a.C. fundou a Academia, uma escola

de filosofia com o propósito de recuperar e desenvo

lver as idéias e pensamentos socráticos. Convidado pelo rei Dionísio, passa um bom tempo em Siracusa, ensinando filosofia na corte.
Ao voltar para Atenas passa a administrar e comandar a Academia, destinando mais energia no estudo e na pes

quisa de diversas áreas do conhecimento como, ciências, matemática, retórica, além da filosofia.


Fonte: Wikipédia, Enciclopédia – Larousse

Principais trabalhos:

Na grande maioria dos diálogos, a figura central é Sócrates, que interroga, argumenta e discute com um vasto leque de personagens, na maioria dos casos sofistas ou figuras que representam a estrutura da cidade. Alguns deles são expressa

mente dedicados ao mestre, quer para contar o processo de que foi alvo e a sua defesa em tribunal (Apologia), quer a sua permanência na prisão (Críton), quer os últimos momentos antes de beber a cicuta (Fédon).
A coleção das obras de Platão compreende trinta e cinco diálogos e um conjunto de treze cartas. Os seus diálogos podem ser considerados dent

ro de quatro períodos distintos:

  • Diálogos considerados de juventude ou socráticos, até cerca de 390 a.C. (antes da morte de Sócrates).

    Apologia de Sócrates
    Críton ou Do DeverCármides ou Da Sabedoria
    Eutífron ou Da Santidade

  • Diálogos ditos de transição:

    Hípias Maior ou Do BeloRepública - livro I
    Ménon
    ou Da Virtude

  • Diálogos de maturidade (escritos provavelmente entre 387 a.C. e 368 a.C.):

    Fédon ou Da Alma
    Banquete
    ou Do Bem
    República
    - livros II a X

    Fedro ou Da Beleza

  • Diálogos considerados de velhice:

    Parménides ou Das Formas
    Teeteto
    ou da Ciência
    Sofista
    ou Do Ser
    Político
    ou Da RealezaFilebo ou Do Prazer
    Timeu
    ou Da Natureza
    Crítias
    ou Da Atlântida
    Leis
    (inacabado)

Há ainda outras obras cuja autoria é contestada: Alcibíades I e II, Epinómide ou Do Filósofo, Hiparco, Minos, Os Rivais, Téages e Clítofon.


Fontes: http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/escola/academia/obrasplatao.htm e http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/escola/academia/obrasplatao.htm


Correntes de pensamento:


Sócrates – Platão

Platão foi fortemente influenciado por Sócrates. Nascido em 468 a.C., Sócrates buscava provas da existência de um plano inteligente que existiria na construção do Universo. Assim ele se interessou e se especificou no mundo das idéias e não pelo mundo dos fenômenos naturais, segundo sua doutrina, o verdadeiro conhecimento humano é a herança de uma vida anterior em um mundo imaterial. Infelizmente ele não deixou seus pensamentos com obras escritas, porém estes ficaram conhecidos nos diálogos de Platão, que continuou a doutrina de Sócrates.


Platão – Aristóteles

Diz-se que é impossível discutir Aristóteles (384 – 324 a.C.) sem relacioná-lo com Platão. Platão fundou a Academia de Atenas, que reverencia o mundo das idéias, pois as realidades físicas, materiais, sensíveis, concretas, não alcançam o “ideal” de perfeição que a representação mental propicia.

Aristóteles duna o Liceu, que se distingui por acreditar que a lógica e o bom senso são causados pelos nossos sentidos básicos. Formula então, a teoria das quatro causas: Formal, Material, Eficiente e Final.


Síntese das idéias:


Uma idéia muito recorrente nos textos de Platão é a aplicação do mito da caverna, no qual prisioneiros sentam-se de frente para a parede do fundo de uma caverna e vêem somente as sombras da realidade que acontece fora dela. Para Platão, nosso mundo é, portanto, a reprodução de um mundo ideal e o mundo das idéias só seria alcançado pelo uso da razão. Segundo o filósofo, tudo que é pertencente ao mundo das idéias é eterno, como por exemplo a nossa alma em oposição aos nossos corpos.
A partir dessa teoria, Platão desenvolveu pensamentos sobre diversas áreas da sociedade clássica como por exemplo a teoria platônica da beleza, que diz que o homem se apaixona primeiramente pela beleza corpórea e em seguida pela moral. Um outro exemplo está no livro "A República" no qual ele diz, entre outras coisas, que o poeta deve ser expulso da república ideal uma vez que o poeta representa o que por si só já é uma representação.


O que é o belo?

Para Platão, a Beleza causava enlevo, prazer, arrebatamento, deleitação. É o brilho ou esplendor da Verdade, existindo uma identificação final entre a Verdade a Beleza e o Bem.

A beleza de um ser material qualquer depende da maior ou menor comunicação que tal ser possua com a Beleza Absoluta, que subsiste, pura, imutável e eterna, no mundo supra-sensível das Idéias.

Platão via o universo como dividido em dois mundos, o mundo em ruína e o mundo em forma. O nosso mundo, este mundo sensível que temos diante dos nossos olhos, é o campo da ruína, da morte, da feiúra, da decadência. O mundo autêntico, o mundo em forma do qual o nosso recebe existência e significação, é aquele mundo das essências, das Idéia

s puras. É o mundo eterno e imutável que existe acima do nosso e que chama o daqui para seu seio.

O belo para Platão é o bem, a veracidade, o perfeito.

O belo está afastado do mundo sensível e mora no mundo das idéias, e também pode ser determinado pela idéia suprema da beleza.


Onde o belo se encontra?


A idéia do belo está no mundo das idéias, sendo colocada c

omo absoluta e eterna, uma idéia de perfeição.No mundo real, para a beleza existir, são necessários três requisitos à pessoa/objeto: ser bom, verdadeiro e belo, contudo tal beleza se apresenta apenas como sombra da Beleza Absoluta.


O que caracteriza o belo?


Para entender Platão são necessários três indispensáveis critérios:

Todo conhecimento tem que ser racional;

Todo conhecimento tem que ser objetivo;

Todo conhecimento tem que ser universal.

Segundo Platão belo é o bem, a verdade e a perfeição existem em si mesmas, e residem no mundo das idéias.

Sua dialética se direciona em duas direções, o mundo das idéias, do conhecimento, e o mundo das coisas, dos humanos.

A beleza absoluta é pura, imutável e eterna no mundo das idéias, essa é a verdade para Platão. Para ele a alma humana passa por uma degradação quando se une no corpo, ela é eterna, não nasce e nem morre, não aumenta nem diminui, não é feia, mas também não é bela.


Fonte: Livro Iniciação a estética de Ariano Suassuna, http://renatobpassos.sites.uol.com.br/ e http://www.espacoacademico.com.br/046/46cvale.htm


Análise de um objeto de moda:

Colar de pérolas verdadeiras

Conclui-se que a Teoria Platônica da Beleza se baseia no conceito de uma Beleza Absoluta, imutável e grandiosa, que habita o mundo das Idéias, e quanto maior for a comunicação de determinando ser com esta Beleza Absoluta, mais belo é.
Esta beleza é apreendida pela alma do homem que se recorda de tudo aquilo que existe no mundo das essências e de onde ela foi exilada. No entanto, a beleza que é percebida pelo homem é apenas reflexo da Beleza Absoluta e nunca será total. Será sempre uma sombra parca, pois as coisas corpóreas são meras cópias dos modelos ideais e nunca poderão ser absolutamente belas.
À luz destes conceitos platônicos, será feita uma análise de um objeto de moda e muito usado pelas mulheres: o colar de pérolas.
O colar de pérolas foi escolhido, pois, assim como poucos outros artefatos da moda, ele conjuga não apenas a criação humana, mas também matéria-prima da natureza.
Como já foi elucidado, para Platão qualquer coisa corpórea – seja ela advinda da natureza ou da invenção do homem – é mera imitação dos modelos ideais que habitam o mundo das essências e por isso, é impossível que atinja a Beleza Absoluta. No entanto, isto não impede que a beleza de um colar de pérolas seja percebida pelo homem. Ela é percebida proporcionalmente a comunicação da beleza do ser material com a Beleza Absoluta, mas jamais será plena. Será sempre uma sombra do seu modelo ideal.