20.5.10

São Tomás de Aquino

Enquanto Santo Agostinho recupera o pensamento Platonico, São Tomás de Aquino recupera o Aristotélico. E este foi o seu maior mérito, a síntese do cristianismo com a visão Aristotélica do mundo.

Para o filosofo não podia existir contradição entre fé e razão, alem disso, afirmava também que toda criação é boa, tudo o que existe é bom por participar do ser de Deus, o mal não teria sido criado por Deus, mas teria surgido em decorrência do livre-arbítrio humano (ausência do bem).

O pensamento de São Tomás de Aquino se dá através de comparações, para afirmar se algo é mais ou menos bom é preciso ter algo como parâmetro comparativo e esse algo, para ele, é Deus, a perfeição.

Sobre Santo Agostinho

Agostinho foi uma figura importante no desenvolvimento do cristianismo no Ocidente. Ele é autor de obras de diferentes géneros como sermões, tratados filosóficos, comentários de escritos da Bíblia, entre outros.

Santo Agostinho defendia uma maior subordinação à fé pois acreditava que esta restauraria a condição decaída da razão humana o que não quer dizer que o filósofo não reconhecia a importância do conhecimento (razão).

Agostinho foi importante pois recuperou filósofos do pensamento grego proporcionando a entrada desses pensamentos na tradição cristã e mais tarde na tradição intelectual europeia.

Santo Agostinho adaptou as ideias de Platão à fé católica e usou-as em suas pregações. Por exemplo, a sua concepção de mal é que o mal não é um ser, mas sim a ausência de um outro ser, o bem. Acreditava nisso pois considerava inconcebível que um ser tão bom como Deus possa ser o criado do mal.

12.5.10

Análises

Vestido tubinho de Yves Saint Laurent baseado na obra "Red, Yellow and Blue" de Piet Mondian. YSL adaptou as estampas abstracionistas ao vestido como homenagem ao pintor em 65:



Sob a ótica de Platão:

O post "Sobre Platão" expõe as idéias do filósofo quanto a beleza, mas farei neste artigo uma breve explicação.
Para Platão, qualquer coisa corpórea é mera imitação dos modelos ideais que habitam o mundo das essências e por isso é impossível que atinja a beleza absoluta. Contudo isso não impede que a beleza do vestido escolhido, por exemplo, seja percebida pelo homem já que tudo que junta o bem, a beleza e a verdade pode ser considerado belo. Então, se um ser ou objeto não tiver um destes itens deixa de ser belo.
Sabendo disso podemos dizer que tudo que é clássico é belo. Vou explicar melhor, para um objeto de moda alcançar a denominação de "clássico" quer dizer que há beleza, bem e verdade, pois ja sabemos que tendemos a achar feio as coisas que não são boas ou que não tem verdade. Considerando apenas as formas, a obra de Yves Saint Laurent é um clássico (alia conforto, estudo do corpo e da geometria), sendo assim, podemos dizer que é uma peça bonita sob a ótica de Platão.

Por outro lado, se analisarmos somente a estampa do vestido não podemos afirmar o mesmo por dois motivos:
1. é uma estampa abstrata
2. é a cópia (o vestido) da cópia (o quadro) da cópia (o mundo ideal)
Sendo assim, ao analisarmos a estampa do clássico vestido de Yves Saint Laurent chegamos a conclusão de que, sob a ótica de Platão não é belo.

Sob a ótica de Aristóteles:

Segundo o pensamento Aristotélico, Yves Saint Laurent passou por experiências sensoriais ao ver o quadro de Mondrian e isso gerou sua interpretação estética e emocional das características do quadro criado pelo artista. Através disso, o estilista pode desenvolver uma peça que passa essas mesmas sensações ao público através das cores, formas, proporções, entre outros elementos.

Sobre Aristóteles:


Breve Biografia:

Nasceu em Estagira, na península macedônica da Calcídica. Filho de Nicômano, amigo e médico pessoal do rei Amintas 2o, pai de Filipe e avô de Alexandre, o Grande.

Aos 16 ou 17 anos, mudou-se para Atenas, então o centro intelectual e artístico da Grécia, e estudou na Academia de Platão, na qual permanecerá por 20 anos, inicialmente como discípulo, depois como professor até a morte do mestre, no ano 347 a.C.

Casou-se duas vezes, com Pítias e após seu falecimento, com Hérpilis, da qual nascerá Nicômaco, a quem dedicará posteriormente

o livro Ética a Nicômaco.

Em 343 ou 342 a.C, foi chamado para a corte do rei Felipe II, em Pela, como educador de seu filho Alexandre (356-323 a.C.). Em 335 a.C, voltou para Atenas, com Teofrasto, outro homem notável pelo saber.

Auxiliado sempre por Alexandre que o prestigiava

, fundou o Liceu, no ginásio do templo de Apolo Liceu. A escola se tornaria a rival e ao mesmo tempo a verdadeira herdeira da Academia platônica.

Oculto em uma sua propriedade em Cálcis, de Eub

ea, morreu aos 62 anos. Seu Liceu teve continuidade, assim como a Academia de Platão.

Principais Trabalhos:

-Ética a Nicômano

-Política

-Órganon

-Retórica

-A poética clássica

-Metafísica

-De anima (Da alma)

-O homem de gênio e a melancolia

-Magna Moralia (Grande Moral)

-Ética a Eudemo

-Física

-Sobre o Céu

Em sua obra completa podemos encontrar:

-Escritos lógicos: cujo conjunto foi denominado Órganon. O nome, entretanto, corresponde muito bem à intenção do autor, que considerava a lógica instrumento da ciência.

-Escritos sobre a física: abrangendo a hodierna cosmologia e a antropologia, e pertencentes à filosofia teorética, juntamente com a metafísica.

-Escritos morais e políticos: a Ética a Nicômaco, é dedicada

; a Ética a Eudemo, inacabada, refazimento da ética de Aristóteles, devido a Eudemo; a Grande Ética.

-Escritos retóricos e poéticos: a Retórica, a Poética.

As obras de Aristóteles - as doutrinas que nos restam - manifestam um grande rigor científico, sem enfeites míticos ou poéticos, exposição e expressão breve e aguda, clara e ordenada, perfeição maravilhosa da terminologia filosófica, de que foi ele o criador.

Pensamento Aristotélico:

Aluno de Platão, Aristóteles discordava de uma parte fundamental do pensamento filosófico de seu mestre . Enquanto Platão concebia dois mundos existentes: aquele que é apreendido por nossos sentidos, o mundo concreto, em constante mutação; e outro mundo, abstrato, o das idéias, acessível somente pelo intelecto, imutável e independente do tempo e do espaço material, Aristóteles, ao contrário, defende a existência de um único mundo: este em que vivemos. O que está além de nossa experiência sensível não pode ser nada para nós. Aristótel

es é considerado o criador do pensamento lógico (ou “pai” do pensamento realista ocidental). O filósofo também valorizava a inteligência humana, como a única forma de alcançar a verdade.

O que é o belo?

-O belo independe de sua relação com uma Beleza Essencial;

-A beleza, para Aristóteles, vem sempre acompanhada de uma escala comparativa;

-A beleza é uma propriedade do objeto;

-Rompe, portanto, com a idéia de Beleza Transcendental de Platão, seguindo uma linha de pensamento sensorial.

Onde o belo se encontra:

-Para Aristóteles o Belo se encontra naquilo que possui imponência e grandeza;

-É importante, porém, observar a proporção e a medida nesta grandeza.

-Ao contrário de Platão, Aristóteles acredita que a nature

za também pode ser caracterizada como bela.

-Podemos encontrar o belo naquilo que temos a possibilidade de experimentar de uma forma sensorial.

O que caracteriza o belo?

-Para este filósofo, o Belo tem como características essenciais a ordem, a harmonia e a grandeza.

-“Harmonia das Partes”: o combate aos resquícios do caos se refletem na presença de uma busca pelo equilíbrio da beleza.

-Aristóteles acredita que, se os sentidos “dizem” que algo é belo vamos, a partir daí, justificar o belo.

Análise de um objeto de moda:

Salinas - Verão 2010

O universo explorado pelo cineasta Pedro Almodóvar e suas personagens foram o tema abordado por Jaqueline de Biase na coleção em questão.

Para que into fosse possível, segundo Aristóteles, a estilista passou, primeiramente, por experiências sensoriais ao assistir aos filmes de Almodóvar que geraram sua interpretação estética e sua idéia emocional do que seriam as características do universo e das personagens criados pelo cineasta.

A partir disto, a estilista pode desenvolver peças que transmitem ao público estas sensações, através de formas, cores, dentre outros elementos.


7.5.10

Sobre Platão:


Breve Biografia:

Foi um filósofo grego que nasceu em Atenas, provavelmente em 427 a.C. e morreu em 347 a.C.

É considerado um dos principais pe

nsadores gregos, pois influenciou profundamente a filosofia ocidental. Suas idéias baseiam-se na diferenciação do mundo entre as coisas sensíveis e as coisas visíveis.

Filho de uma família de aristocratas, começou seus trabalhos filosóficos e inicialmente entusiasmou-se com a filosofia de Crát

ilo, um seguidor de Heráclito, mas após estabelecer contato com outro importante pensador grego: Sócrates, tornou-se seu seguidor e discípulo.

Em 387 a.C. fundou a Academia, uma escola

de filosofia com o propósito de recuperar e desenvo

lver as idéias e pensamentos socráticos. Convidado pelo rei Dionísio, passa um bom tempo em Siracusa, ensinando filosofia na corte.
Ao voltar para Atenas passa a administrar e comandar a Academia, destinando mais energia no estudo e na pes

quisa de diversas áreas do conhecimento como, ciências, matemática, retórica, além da filosofia.


Fonte: Wikipédia, Enciclopédia – Larousse

Principais trabalhos:

Na grande maioria dos diálogos, a figura central é Sócrates, que interroga, argumenta e discute com um vasto leque de personagens, na maioria dos casos sofistas ou figuras que representam a estrutura da cidade. Alguns deles são expressa

mente dedicados ao mestre, quer para contar o processo de que foi alvo e a sua defesa em tribunal (Apologia), quer a sua permanência na prisão (Críton), quer os últimos momentos antes de beber a cicuta (Fédon).
A coleção das obras de Platão compreende trinta e cinco diálogos e um conjunto de treze cartas. Os seus diálogos podem ser considerados dent

ro de quatro períodos distintos:

  • Diálogos considerados de juventude ou socráticos, até cerca de 390 a.C. (antes da morte de Sócrates).

    Apologia de Sócrates
    Críton ou Do DeverCármides ou Da Sabedoria
    Eutífron ou Da Santidade

  • Diálogos ditos de transição:

    Hípias Maior ou Do BeloRepública - livro I
    Ménon
    ou Da Virtude

  • Diálogos de maturidade (escritos provavelmente entre 387 a.C. e 368 a.C.):

    Fédon ou Da Alma
    Banquete
    ou Do Bem
    República
    - livros II a X

    Fedro ou Da Beleza

  • Diálogos considerados de velhice:

    Parménides ou Das Formas
    Teeteto
    ou da Ciência
    Sofista
    ou Do Ser
    Político
    ou Da RealezaFilebo ou Do Prazer
    Timeu
    ou Da Natureza
    Crítias
    ou Da Atlântida
    Leis
    (inacabado)

Há ainda outras obras cuja autoria é contestada: Alcibíades I e II, Epinómide ou Do Filósofo, Hiparco, Minos, Os Rivais, Téages e Clítofon.


Fontes: http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/escola/academia/obrasplatao.htm e http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/escola/academia/obrasplatao.htm


Correntes de pensamento:


Sócrates – Platão

Platão foi fortemente influenciado por Sócrates. Nascido em 468 a.C., Sócrates buscava provas da existência de um plano inteligente que existiria na construção do Universo. Assim ele se interessou e se especificou no mundo das idéias e não pelo mundo dos fenômenos naturais, segundo sua doutrina, o verdadeiro conhecimento humano é a herança de uma vida anterior em um mundo imaterial. Infelizmente ele não deixou seus pensamentos com obras escritas, porém estes ficaram conhecidos nos diálogos de Platão, que continuou a doutrina de Sócrates.


Platão – Aristóteles

Diz-se que é impossível discutir Aristóteles (384 – 324 a.C.) sem relacioná-lo com Platão. Platão fundou a Academia de Atenas, que reverencia o mundo das idéias, pois as realidades físicas, materiais, sensíveis, concretas, não alcançam o “ideal” de perfeição que a representação mental propicia.

Aristóteles duna o Liceu, que se distingui por acreditar que a lógica e o bom senso são causados pelos nossos sentidos básicos. Formula então, a teoria das quatro causas: Formal, Material, Eficiente e Final.


Síntese das idéias:


Uma idéia muito recorrente nos textos de Platão é a aplicação do mito da caverna, no qual prisioneiros sentam-se de frente para a parede do fundo de uma caverna e vêem somente as sombras da realidade que acontece fora dela. Para Platão, nosso mundo é, portanto, a reprodução de um mundo ideal e o mundo das idéias só seria alcançado pelo uso da razão. Segundo o filósofo, tudo que é pertencente ao mundo das idéias é eterno, como por exemplo a nossa alma em oposição aos nossos corpos.
A partir dessa teoria, Platão desenvolveu pensamentos sobre diversas áreas da sociedade clássica como por exemplo a teoria platônica da beleza, que diz que o homem se apaixona primeiramente pela beleza corpórea e em seguida pela moral. Um outro exemplo está no livro "A República" no qual ele diz, entre outras coisas, que o poeta deve ser expulso da república ideal uma vez que o poeta representa o que por si só já é uma representação.


O que é o belo?

Para Platão, a Beleza causava enlevo, prazer, arrebatamento, deleitação. É o brilho ou esplendor da Verdade, existindo uma identificação final entre a Verdade a Beleza e o Bem.

A beleza de um ser material qualquer depende da maior ou menor comunicação que tal ser possua com a Beleza Absoluta, que subsiste, pura, imutável e eterna, no mundo supra-sensível das Idéias.

Platão via o universo como dividido em dois mundos, o mundo em ruína e o mundo em forma. O nosso mundo, este mundo sensível que temos diante dos nossos olhos, é o campo da ruína, da morte, da feiúra, da decadência. O mundo autêntico, o mundo em forma do qual o nosso recebe existência e significação, é aquele mundo das essências, das Idéia

s puras. É o mundo eterno e imutável que existe acima do nosso e que chama o daqui para seu seio.

O belo para Platão é o bem, a veracidade, o perfeito.

O belo está afastado do mundo sensível e mora no mundo das idéias, e também pode ser determinado pela idéia suprema da beleza.


Onde o belo se encontra?


A idéia do belo está no mundo das idéias, sendo colocada c

omo absoluta e eterna, uma idéia de perfeição.No mundo real, para a beleza existir, são necessários três requisitos à pessoa/objeto: ser bom, verdadeiro e belo, contudo tal beleza se apresenta apenas como sombra da Beleza Absoluta.


O que caracteriza o belo?


Para entender Platão são necessários três indispensáveis critérios:

Todo conhecimento tem que ser racional;

Todo conhecimento tem que ser objetivo;

Todo conhecimento tem que ser universal.

Segundo Platão belo é o bem, a verdade e a perfeição existem em si mesmas, e residem no mundo das idéias.

Sua dialética se direciona em duas direções, o mundo das idéias, do conhecimento, e o mundo das coisas, dos humanos.

A beleza absoluta é pura, imutável e eterna no mundo das idéias, essa é a verdade para Platão. Para ele a alma humana passa por uma degradação quando se une no corpo, ela é eterna, não nasce e nem morre, não aumenta nem diminui, não é feia, mas também não é bela.


Fonte: Livro Iniciação a estética de Ariano Suassuna, http://renatobpassos.sites.uol.com.br/ e http://www.espacoacademico.com.br/046/46cvale.htm


Análise de um objeto de moda:

Colar de pérolas verdadeiras

Conclui-se que a Teoria Platônica da Beleza se baseia no conceito de uma Beleza Absoluta, imutável e grandiosa, que habita o mundo das Idéias, e quanto maior for a comunicação de determinando ser com esta Beleza Absoluta, mais belo é.
Esta beleza é apreendida pela alma do homem que se recorda de tudo aquilo que existe no mundo das essências e de onde ela foi exilada. No entanto, a beleza que é percebida pelo homem é apenas reflexo da Beleza Absoluta e nunca será total. Será sempre uma sombra parca, pois as coisas corpóreas são meras cópias dos modelos ideais e nunca poderão ser absolutamente belas.
À luz destes conceitos platônicos, será feita uma análise de um objeto de moda e muito usado pelas mulheres: o colar de pérolas.
O colar de pérolas foi escolhido, pois, assim como poucos outros artefatos da moda, ele conjuga não apenas a criação humana, mas também matéria-prima da natureza.
Como já foi elucidado, para Platão qualquer coisa corpórea – seja ela advinda da natureza ou da invenção do homem – é mera imitação dos modelos ideais que habitam o mundo das essências e por isso, é impossível que atinja a Beleza Absoluta. No entanto, isto não impede que a beleza de um colar de pérolas seja percebida pelo homem. Ela é percebida proporcionalmente a comunicação da beleza do ser material com a Beleza Absoluta, mas jamais será plena. Será sempre uma sombra do seu modelo ideal.



Teoria Aristotélica da beleza

Aristóteles tem uma visão bem diferente da de Platão quando se trata de Beleza. Segundo seu pensamento, a beleza de um objeto não depende de sua participação em uma beleza absoluta. Decorre apenas de certa harmonia entre as partes desse objeto entre si e em relação ao todo. Para Aristóteles, a beleza exige, entre outras características, a grandeza (imponência) e ao mesmo tempo proporção, sendo assim, uma mulher bonita e bem proporcionada, mas pequena, pertence ao campo gracioso e não ao da beleza.

Aristóteles percebeu que a beleza incluía outras categorias além do belo. As características essenciais da beleza seriam a harmonia, a grandeza, a medida e a proporção.

Aristóteles via o mundo como vindo do caos, passando a ser regido por uma harmonia, mas é como se restassem vestígios da desordem anterior e os homens tivessem que ficar numa luta incessante para levar adiante a vitória incompleta da harmonia sobre o caos.

Uma grande contribuição de Aristóteles para a estética, foi a de tirar a beleza do plano ideal tentando encontrar sua essência nos próprios dados das coisas. Outra contribuição, foi ter incluído a Comédia, arte do feio, em suas teses enquanto todos os pensadores excluíam o Feio.

Na “Retórica”, Aristóteles examina a fruição da obra de arte e as características da Beleza do ponto de vista do sujeito, do ângulo psicológico, chegando a conclusão de que o prazer estético decorre da simples apreensão do objeto, pelo espírito do sujeito. Porém, a contribuição mais importante de Aristóteles quanto a essa parte da essência da Beleza, foi tentar uma definição objetiva dela do ponto de vista realista e sem recorrer a outra coisa para explicá-la que não o próprio objeto.

Aristóteles procurou abordar a Beleza em todas as suas relações ao mesmo tempo.

Aristóteles toma o conceito de mimeses (imitação) como representação superior do sensível e não como a reprodução imperfeita do absoluto.

Para concluir, pode-se dizer que para Aristóteles, a beleza é uma propriedade do objeto e consiste na harmonia das partes de um todo que possua grandeza e medida. As três características principais da Beleza são harmonia, grandeza, e proporção. Aristóteles pressente a fragmentação do campo estético, tanto que incluí a comédia neste.

Texto baseado no livro "iniciação a estética" de Ariano Suassuna

Teoria Paltônica da beleza

Para Platão, estudar a beleza é a mesma coisa que analisar os problemas da estética. A beleza de um ser material qualquer depende da maior ou menor comunicação que tal ser possua com a beleza absoluta, que subsiste, pura, imutável e eternal, no mundo das idéias.
Platão via o universo dividido em dois mundos:

• Mundo em ruína – mundo sensível que temos diante dos nossos olhos (morte, feiúra, decadência)
• Mundo em forma – mundo das essências, das idéias puras, a verdade, a beleza e o bem são essências superiores.

Platão afirmava que a alma é atraída pela beleza pois sua pátria natural é o mundo das essências. Segundo ele, a alma humana sofre uma decadência ao se unir ao corpo material, a alma sabe tudo e se nós não a acompanhamos nesse conhecimento é porque a nossa parte material faz com que esqueçamos do que a alma sabe. Existem almas mais aptas do que outras a recordar das verdades e belezas já contempladas anteriormente, assim, quem se dedica a beleza não a recria na arte, a alma é que se recorda das formas e verdades contempladas no mundo das essências (antes da alma se unir ao corpo).

O banquete, é um dialogo platônico que se refere a beleza, nele, Platão aconselha o caminho místico como único apto a levar os homens das coisas sensíveis e grosseiras ao mundo das idéias. Para Platão, o caminho da alma que quer se elevar é o amor. O homem que quer contemplar e unir-se a beleza começa apaixonando-se e desejando um corpo bonito. Se ele é um homem superior, percebe que a beleza existente naquele corpo é irmã da beleza de outro belo corpo, o que o leva a conclusão que a beleza de todos os corpos é uma só. O amador passa a amar todos os corpos e a beleza existente neles. Porém, ele descobre que a beleza corpórea é sujeita a ruína enquanto a moral resiste ao passar do tempo. Então ele notará que a beleza está relacionada com todas as coisas e começa a considerar a beleza corpórea como pouco digna de estima. Assim, pelo caminho do amor (primeiro físico e depois espiritual), o homem pode se elevar da beleza sensível até a contemplação da beleza absoluta.

Como Platão considerava a contemplação da beleza uma recordação, ele diria que a alma lembra realidades que contemplou em uma outra vida. Platão se baseava na teoria da reminiscência que diz que a alma é imortal, renasce repetidas vezes na existência e contempla todas as coisas e por isso não existe nada que desconheça. Nada impede que ela seja capaz de evocar à memória, a lembrança de coisas que viveu anteriormente.

Texto baseado no livro "iniciação a estética" de Ariano Suassuna

4.4.10

Teoria do... ?

Como não tem como postar powerpoint, colocamos no slideshare e abaixo está o link da apresentação em powerpoint que fizemos para aula relacionando cada teoria a frases e imagens.

http://www.slideshare.net/camillaekarin/esttica-3636145

Além do link, farei nesse post, resumidamente, uma definição de cada teoria:
  • teoria do belo - exprime juízos acerca do que é considerado belo, bonito. É consenso geral, não opinião própria.
  • teoria do gosto - o que sentimos em relação a algo que vivemos. Ao contrário da teoria acima, é experiência própria, depende da vivencia de cada um.
  • Teoria da arte ou filosofia da arte - avaliação de uma obra-de-arte

26.3.10

Resumindo: Iniciação a Estética - Ariano Suassuna

Tradicionalmente e principalmente nas épocas clássicas, a estética era definida como FILOSOFIA DO BELO, sendo o belo uma propriedade do objeto. Porém, o belo podia ser entendido de duas formas: o belo da arte e o belo da natureza. Para Platão, existia uma hierarquia entre esses dois belos e nela, a natureza estaria acima da arte. Já para Hegel, a arte deveria estar acima da natureza e mais, a estética deveria ser definida como FILOSOFIA DA ARTE.

Por influência de Kant, os pensadores perceberam que deveriam subdividir o campo estético. O belo deixa de ocupa-lo isoladamente e passa a ser apenas uma categoria , assim como o sublime e a comédia. Deste ponto surge a pergunta: Será que deve-se definir a estética como filosofia do belo tendo ela categorias como a comédia que nada tem haver com “belo”?
Tendo em pauta essa pergunta, os pós kantianos propuseram que a estética deveria ser definida como uma ciência e não como filosofia – CIÊNCIA DO ESTÉTICO.

Ariano Suassuna concorda que o estético abrange categorias além do belo, considerando até este ponto a definição clássica da palavra (senso de medida, harmonia, etc.). Sobre isso, Bruyne afirma:
“A arte não produz unicamente o belo, mas também o feio, o horrível, o monstruoso (...)”.
Considerando o Belo apenas uma categoria do estético, Kainz resume:
“A palavra belo exprime, em primeiro lugar, aquilo que nos produz um máximo de satisfação plena e tranqüila do gosto estético (...) Entretanto, quando definimos a estética como a ciência do belo, nao há dúvida de que tomamos, e temos necessariamente que tomar, como base desta definição, uma acepção distinta e mais ampla deste conceito... Daí dizer-se que o objeto sobre o qual recaem as investigações da estética não é belo, no sentido usual, estrito e próprio da palavra, mas sim tudo que influi estéticamente em nós, incluindo-se aí até certas ásperas categorias que lidam já com o feio... (...)”.
Quanto as questões de terminologia, como disse Jacques Maritain, adota-se a que se deseja. Porém, é bem verdade que seria injusto definir estética pelo belo, excluindo o feio já que muitos artistas quiseram manifestar justamente isso. Sendo assim, definiremos aqui a Estética como a FILOSOFIA DA BELEZA e essa beleza inclui o amargo, o feio e o harmônico, o belo.

A Estética é uma reformulação da filosofia em relação a beleza e para estuda-la devemos empreender a visão do mundo em relação a beleza e é neste ponto que esbarramos em um grande problema: O irracionalismo. Existe algum sentido em indagar e afirmar num campo em que o gosto domina? Que vantagem existe para arte e a beleza, em serem dissecadas por um conhecimento abstrato?
A verdade é que os artistas (irracionalistas) vêem a estética com desconfiança pois temem que ela queira legislar sobre a arte e assim restringir a criação. Porém, como veremos, a estética não interfere na liberdade criadora. Quanto aos pensadores irracionalistas, estes formulam uma estética ao tentar combate-la, só não se dão conta disso.

Platão, sobre a beleza, afirmava que “a beleza de um objeto depende da maior ou menos comunicação que ele tem com uma beleza superior”. Já Aristóteles dizia que “a beleza do objeto depende da ordem ou harmonia que exista entre suas partes”. A nenhum destes grandes pensadores ocorreu que a beleza pode não ser uma propriedade do objeto, mas do sujeito, como disse Kant. Assim, segundo ele, existe a inteligência, a vontade e o juízo de gosto (domina a sensação de prazer ou desprazer). A partir disso, podemos dizer que a grande contribuição de Kant na estética, foi mostrar que a beleza não é puramente intelectual nem puramente sensível. Sobre isso, Lalo afirmou “(...) é nossa maneira de pensá-los que faz a beleza dos objetos ou das pessoas, assim como também sua feiúra. Porque em si eles não são belos nem feios: são o que são, e qualquer outra qualificação lhes é extrínseca e vem-lhes exclusivamente de nós”.

Após deixar claro o significado de beleza na definição de estética, entra uma outra questão: seria a estética filosófica ou científica?
A filosofia era quem fornecia os princípios da estética, com a ruptura da ligação entre esses dois campos, ficou a duvida – de onde viriam os princípios da estética?
Na estética cientifica, deveria se constatar fatos, mas não era o que acontecia. Na realidade, nas obras encontra-se termos filosóficos, sendo assim, a estética cientifica é filosófica também. Por este motivo os estetas contemporâneos estão reconhecendo a necessidade de religar a filosofia e a estética.