7.5.10

Teoria Paltônica da beleza

Para Platão, estudar a beleza é a mesma coisa que analisar os problemas da estética. A beleza de um ser material qualquer depende da maior ou menor comunicação que tal ser possua com a beleza absoluta, que subsiste, pura, imutável e eternal, no mundo das idéias.
Platão via o universo dividido em dois mundos:

• Mundo em ruína – mundo sensível que temos diante dos nossos olhos (morte, feiúra, decadência)
• Mundo em forma – mundo das essências, das idéias puras, a verdade, a beleza e o bem são essências superiores.

Platão afirmava que a alma é atraída pela beleza pois sua pátria natural é o mundo das essências. Segundo ele, a alma humana sofre uma decadência ao se unir ao corpo material, a alma sabe tudo e se nós não a acompanhamos nesse conhecimento é porque a nossa parte material faz com que esqueçamos do que a alma sabe. Existem almas mais aptas do que outras a recordar das verdades e belezas já contempladas anteriormente, assim, quem se dedica a beleza não a recria na arte, a alma é que se recorda das formas e verdades contempladas no mundo das essências (antes da alma se unir ao corpo).

O banquete, é um dialogo platônico que se refere a beleza, nele, Platão aconselha o caminho místico como único apto a levar os homens das coisas sensíveis e grosseiras ao mundo das idéias. Para Platão, o caminho da alma que quer se elevar é o amor. O homem que quer contemplar e unir-se a beleza começa apaixonando-se e desejando um corpo bonito. Se ele é um homem superior, percebe que a beleza existente naquele corpo é irmã da beleza de outro belo corpo, o que o leva a conclusão que a beleza de todos os corpos é uma só. O amador passa a amar todos os corpos e a beleza existente neles. Porém, ele descobre que a beleza corpórea é sujeita a ruína enquanto a moral resiste ao passar do tempo. Então ele notará que a beleza está relacionada com todas as coisas e começa a considerar a beleza corpórea como pouco digna de estima. Assim, pelo caminho do amor (primeiro físico e depois espiritual), o homem pode se elevar da beleza sensível até a contemplação da beleza absoluta.

Como Platão considerava a contemplação da beleza uma recordação, ele diria que a alma lembra realidades que contemplou em uma outra vida. Platão se baseava na teoria da reminiscência que diz que a alma é imortal, renasce repetidas vezes na existência e contempla todas as coisas e por isso não existe nada que desconheça. Nada impede que ela seja capaz de evocar à memória, a lembrança de coisas que viveu anteriormente.

Texto baseado no livro "iniciação a estética" de Ariano Suassuna

Nenhum comentário:

Postar um comentário